Cuidar de um animalzinho é uma tarefa que muitas mulheres transformam numa experiência 'maternal'. Saiba quais os limites desse cuidado e conheça histórias de mães que assumiram seus 'filhos caninos'
Segundo ela, "é cientificamente comprovado que ter um animal faz bem e, para as mulheres, pode ser, de fato, uma maneira de exercer seu lado maternal”.
Mimar só vira um problema quando atrapalha a vida pessoal e social do dono. A rigor, os limites devem ir surgindo naturalmente ao longo da convivência.
O médico veterinário, João Carlos Colombo, dono do Pet Hotel Dog Life, concorda, mas ressalta que a natureza do animal também deve ser respeitada. "O maior limite deve ser sempre o bem-estar do cão. Quando isso não é levado em conta, houve exagero", explica Colombo.
Por exemplo, o especialista diz que caminhar e ter contato com outros humanos e cães, pelo menos, três vezes por semana, é fundamental. Por isso, se você obrigar seu cachorrinho a ficar sempre sentado quietinho numa poltrona porque comprou roupinhas novas para ele e não quer que suje, vai estar, na verdade prejudicando seu cão.
Entre o cuidado e a curtição de ter um pet e o mimo exagerado deve sempre prevalecer o bom-senso.
Leia as histórias de mulheres que amam seu cães, podem até exagerar nos mimos, mas evitam cair na armadilha do afeto excessivo.
Lola tem um ano e sete meses, é a ‘filha mais velha’ e divide seu tempo entre as aulas de adestramento e a creche para cães. "As quartas e sextas-feiras um carro vem buscá-la de manhã e ela sai de lancheira com a ração. Lá, ela participa de recreações com outros cachorros, faz natação, toma banho a seco e volta no final da tarde”, conta Renata. Já Nina, "por ainda ser um bebê, faz apenas aulas de adestramento às segundas-feiras e agora já sai para passear, porque está com as vacinas em dia e castrada". A cachorrinha de focinho rosado é uma vira-lata de apenas quatro meses, mas que já ganhou o coração de sua dona.
Nina e Lola todo mês ganham um brinquedo novo e na Páscoa ganham ovos de chocolate para cachorro também.
"Muito do que faço por elas e por outros cachorros que já tive só é possível por eu ter escolhido não ter filhos. Me sinto mãe dos cachorros que tenho", analisa Renata.
Como qualquer 'mãe coruja', Renata não poupa elogios às 'filhas': "aos domingos, vamos passear no parque, elas são extremamente inteligentes, adoram ficar juntas, são companheiras e muito carinhosas".
Ele chegou com apenas três meses, mas as comemorações começaram aos dois anos de idade. Claudia conta que a festa é simples, mas com todo o ritual de uma típica festa de aniversário. "Ele adora abrir presentes", diz a "mãe", rindo.
Compartilhar tudo que for possível com o cãozinho define o estilo de ‘maternidade canina’ de Claudia. De turismo específico para pets, aos domingos de pescaria, lá está o Boris, sempre junto da família. "Mas já passei muito sufoco. Ele teve problema na coluna e toda semana precisava ir à hidroterapia. E como também tem problema no coração, todo começo de ano a gente faz um check-up para garantir que está tudo bem", diz Claudia, que confessa, "observo o sono dele toda noite. Coisa de mãe...".
Lorena e Borys, o herói apaixonado por sorvete de açaí
Lá em Belém do Pará outro Borys, este com a letra "y", também é mimado por toda uma família. Ele chegou à casa de Lorena Daibes na noite de Natal de 2002, "cabia na palma da mão", lembra ela. Hoje o cão da raça Cocker Spaniel inglês já tem nove anos e muita história vivida. "Ele dorme no meu quarto, com ar-condicionado, porque faz muito calor na cidade. Mas se sente frio, dá um jeito de se aquecer debaixo do meu edredom", conta Lorena.
Borys é o despertador diário da casa. Acorda a empresária pontualmente às oito da manhã durante a semana, "mas me deixa dormir quando é sábado, domingo ou feriado", diz ela.
Na última festa de aniversário do "garoto" Borys, foram 30 convidados. Com direito a bolo, docinhos e brindes no final. "Ele virou o centro das atenções. Todo mundo o adora e ele gosta de ser mimado", diz Lorena.
Borys só tem ciúme dos periquitos australianos de sua dona. Adora tomar banho de mar e sorvete de açaí para cães e "rouba" sistematicamente a poltrona de leitura de Lorena. Apesar desse currículo de herói, Borys ainda está solteiro. "Ele é virgem. Não apareceu a 'garota' certa", diz a também enciumada e futura "sogra".
Adriana Santinelli Walch é "mãe" do Luigi e de outra Nina. “São dois cachorrinhos SRD (sem raça definida)", define a professora de educação física. Eles foram resgatados na rua há 11 anos e desde então fazem parte da família.
Apesar de extremamente carinhosos, foi preciso tempo para que eles se socializassem. Adriana conta que o contato com outros animais na creche foi fundamental para esse processo. "O Luigi não aceitava outros animais e era muito medroso", conta a dona.
“Somos adeptos da alimentação natural. Luigi e Nina têm um cardápio especial elaborado com a ajuda de uma veterinária especializada em dieta para cães. A comida é preparada na hora. Eles comem legumes, verduras, carnes, frangos, iogurte, frutas, mas tudo feito de forma equilibrada e customizado segundo as necessidades de cada um.”
“Mesmo nas festas de aniversários que fazemos para eles, com direito a bolo feito de carne e biscoito para cães, decoração e lembrancinha para os amigos, tudo é balanceado”, conta Adriana.
"A vida de um animalzinho depende completamente da gente. Ainda não tenho filhos humanos, mas quando os tiver, todos vão conviver juntos", ela conta, sonhadora, e finaliza dizendo: "a relação que tenho com meus animais é baseada no amor incondicional, carinho e respeito. Igual a uma relação entre pais e filhos. Luigi e Nina me ensinam muito sobre amizade, amor, respeito e perdão. Eles me transformaram em uma pessoa melhor".
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